sexta-feira, 24 de agosto de 2007

Dilma quer um empresário nacional à frente da Oi-BrT (Valor Econômico)

* A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, já decidiu: o governo apoiará a fusão das operadoras de telecomunicações Brasil Telecom (BrT) e Oi (ex-Telemar), mas exigirá que a futura companhia tenha um controlador nacional, com perfil de empresário e não de investidor.

O argumento de que a nova operadora será de "capital nacional" foi usado por Dilma para convencer o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a concordar com a associação, que exigirá mudanças na legislação do setor.

Dos atuais controladores de BrT e Oi, há apenas dois grupos com o perfil empresarial estabelecido por Dilma, Andrade Gutierrez e LaFonte, ambos no bloco de controle da Oi.

É mais provável, porém, que a tarefa de ser o "dono nacional" que evitaria a desnacionalização da futura companhia caia nas mãos da Andrade.

A empresa vem dando sinais claros de que pretende se manter no bloco de controle da Oi e repetidamente discordou das propostas de reestruturação societária apresentadas pela sua sócia GP, que permitiriam aos grupos vender suas participações via mercado de capitais.

Além disso, Carlos Jereissati, da La Fonte, já declarou que não concorda com a ingerência do governo na constituição da nova companhia resultante da fusão.

Os fundos de pensão, principais acionistas das duas operadoras de telefonia, também não vêem necessidade de um sócio nacional forte, segundo apurou o Valor.

Eles levaram a Dilma o exemplo de três empreendimentos em que detêm participações - Embraer, Perdigão e CPFL - que foram ao Novo Mercado da bolsa paulista sem a necessidade de um sócio estratégico. Mas a ministra mantém-se firme na decisão.

Ela teme que futuros governos mudem a orientação aos fundos e ao BNDES, permitindo a venda da "nova" companhia a estrangeiros.

O Citibank, que é sócio dos fundos de pensão na BrT e na Oi, acaba de dar um importante passo para facilitar a união das duas companhias: abriu mão do direito de vender, por R$ 1,35 bilhão (mais correção), suas participações para os fundos nos dois negócios.

Esse direito fazia parte de um acordo fechado entre as fundações e o banco americano em março de 2005 e poderia ser exercido até novembro, caso não fosse encontrado um comprador para as participações.

Com a união de BrT e Oi, os ativos do Citi devem se valorizar.

(Valor Econômico -
Sinopse Radiobrás – 23-08-07)


0 Comentários:

Postar um comentário

Assinar Postar comentários [Atom]

<< Página inicial