Mauro Borges vai substituir Pimentel em ministério

Publicação: 13 de Fevereiro de 2014 às 00:00

 

Brasília (AE) - O presidente da Empresa Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Mauro Borges Lemos, substituirá Fernando Pimentel no Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior. A indicação de Borges, principal colaborador de Pimentel, ocorreu após várias recusas de empresários em ocupar o cargo.

Amigo da presidente Dilma Rousseff, Pimentel deixará o governo para ser candidato do PT ao governo de Minas Gerais. Dilma e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva estavam empenhados em escalar um nome da iniciativa privada, que tem feito ácidas críticas ao governo, mas não conseguiram.

O primeiro convidado foi o empresário Josué Gomes da Silva, filho do vice-presidente José Alencar, morto em 2011. Josué se filiou ao PMDB no ano passado, a pedido de Lula. O Planalto dava como certo o “sim” de Josué, que é presidente da Coteminas, até que ele declinou o convite. O empresário será candidato do PMDB ao Senado, na vaga de Pimentel.

Há cerca de dez dias Dilma pediu a emissários que sondassem o ministro da Micro e Pequena Empresa, Guilherme Afif Domingos (PSD). Chegou até a conversar com o ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab, presidente do PSD, sobre a possibilidade de Afif ser transferido para a pasta de Pimentel. Nem Afif nem Kassab, porém, acharam boa a ideia.

Campanha
O plano de Dilma era pôr no Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior um empresário que fizesse a “ponte” com o setor industrial durante a campanha da reeleição. Na prática, o governo queria aliar o perfil técnico ao político, mas a iniciativa não vingou.

Nos bastidores, empresários disseram ao Estado que o Planalto enfrentou dificuldades para preencher a vaga de Pimentel porque nenhum nome de peso aceitou entrar no Ministério, no fim do governo, para ser porta-voz de más notícias. Até hoje empresários de vários setores reclamam de falta de interlocução com Dilma e dos resultados ruins para a indústria.

Diante de tantos problemas, a nomeação de Borges Lemos acabou sendo uma alternativa técnica. Nos últimos dias circularam notícias de que o empresário Abílio Diniz também teria se recusado a integrar o primeiro escalão, mas, de acordo com auxiliares de Dilma, ele não chegou a ser convidado.

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