quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Na França, Jobim discute 'aliança estratégica' militar

29/01/2008 - 10h17

O ministro brasileiro da Defesa, Nelson Jobim, se reúne nesta terça em Paris com o presidente francês, Nicolas Sarkozy, para discutir uma "aliança estratégica" entre as forças militares dos dois países que prevê a transferência de tecnologia francesa para a construção de submarinos nucleares de defesa e também a produção do helicóptero Cougar, da Eurocopter, no Brasil.

Segundo Jobim, o governo se comprometeria a comprar cerca de 50 helicópteros, destinados à Marinha, Exército e Aeronáutica, desde que os modelos Cougar sejam produzidos no Brasil pela filial da Eurocopter, a Helibrás.

A Eurocopter é uma subsidiária do consórcio europeu EADS, que controla a Airbus, com participação acionária do Estado francês.

"Para produzir o Cougar no Brasil, a empresa quer que haja a definição de uma compra desses helicópteros no país. Só compraremos nessas condições, se houver transferência de tecnologia", afirmou o ministro Jobim.

Ele afirmou que essa visita à França, que vai até sexta-feira, não é "uma viagem de compras e sim de discussões de parcerias para a realização de projetos".

O ministro discutiu na segunda-feira em Paris com represantes do banco francês Société Générale - que acaba de sofrer uma gigantesca fraude de cerca de US$ 7 bilhões - a possibilidade de financiamento desse projeto envolvendo a compra e a produção de helicópteros Cougar no Brasil.

Submarinos No encontro de terça-feira com o presidente Sarkozy no Palácio do Eliseu, Jobim também discutirá a transferência de tecnologias para a produção de submarinos nucleares de defesa no Brasil, um projeto desenvolvido pela Marinha brasileira desde 1979, mas que não saiu do papel por questões orçamentárias.

O ministro afirmou que o Brasil já tem a tecnologia do ciclo de produção do combustível nuclear, mas ainda não em escala industrial (parte é feita na Europa e outra parte no Canadá).

"Já dispomos da tecnologia para a produção do combustível. Ainda não temos escala industrial por questões econômicas. Precisamos da tecnologia francesa para construir o casco e todo o sistema informático interno do submarino", disse Jobim.

A parceria para a transferência de tecnologia seria realizada com a empresa francesa DCNS, estaleiro controlado pelo governo francês que produz esses submarinos (75% do capital pertence ao Estado e os 25% restantes ao grupo Thales). Jobim se encontrou na segunda-feira com o presidente da DCNS, Jean-Marie Poimboeuf, e visitará na quarta-feira, em Toulon, um submarino nuclear de ataque e, na quinta, a sede da empresa em Cherbourg, no norte da França.

De acordo com o ministro, a "aliança estratégica" entre Brasil e a França na área militar envolve, além da transferência de tecnologias, acordos de cooperação para a formação de soldados.

"A aliança estratégica faz parte do Plano Estratégico da Defesa que estamos elaborando e que deverá estar concluído até setembro", disse Jobim.

Segundo ele, os detalhes da aliança estratégica entre o Brasil e a França deverão ser anunciados no encontro entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Sarkozy na Güiana Francesa, previsto no dia 12 de fevereiro.

Fonte: Uol Notícias

http://noticias.uol.com.br/bbc/reporter/2008/01/29/ult4904u419.jhtm

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008



Ministra terá de explicar gastos de R$ 171,5 mil

BRASÍLIA - Recordista nos gastos com o cartão corporativo do governo, a ministra da Igualdade Racial, Matilde Ribeiro, será convocada ao Senado para explicar o porquê do uso de dinheiro público para custear despesas, no ano passado, de R$ 171,5 mil. Autor da convocação, o senador Heráclito Fortes (DEM-PI) quer que Matilde seja ouvida na Comissão de Fiscalização e Controle, a qual - segundo ele - compete adotar providências no caso de irregularidade no uso de recursos do Orçamento.

Na justificativa, o senador alega que, apesar de o uso desses cartões se restringirem a gastos emergenciais, a ministra o utilizou para pagar aluguel de carros, hospedagem em hotéis e resorts, padarias, bares e restaurantes de luxo. O governo federal gastou R$ 75,6 milhões por intermédio dos cartões no ano passado. Cerca de 75% desse gasto foi feito a partir de saques em dinheiro.

No caso da ministra, o senador Heráclito cita ainda o emprego do cartão num free shop, em outubro, para pagamento de compras no valor de R$ 461,16. Segundo ele, a alegação de que ela teria devolvido este valor ao Tesouro não a exime da responsabilidade pelo "péssimo uso" do cartão.

O senador acredita que a convocação dará à ministra Matilde "o direito de defesa". "No momento em que o governo defende a redução de gastos, é inadmissível ficar indiferente ao desvio da finalidade para a qual os cartões corporativos foram criados", afirmou.

O requerimento será lido em plenário, no retorno dos trabalhos da Casa, dia 6 de fevereiro, antes de ser votado na própria Comissão. Como se trata de uma convocação, Matilde é obrigada a comparecer. A não ser que ela consiga mobilizar senadores da base aliada para derrubar o pedido. Em março do ano passado, a ministra também foi alvo de críticas de parlamentares por ter afirmado em entrevista à BBC Brasil que não considerava racismo a reação de um negro em não querer conviver com um branco.

Fonte: Tribuna de Imprensa

http://www.tribuna.inf.br/noticia.asp?noticia=politica08

domingo, 13 de janeiro de 2008

Lobão assumirá ministério sem poder para nomear toda a equipe, diz líder

11/01/2008 - 12h26


LÍSIA GUSMÃO
Colaboração para a Folha Online, em Brasília
RENATA GIRALDI

Da Folha Online, em Brasília

O líder do governo no Congresso, Romero Jucá (PMDB-RR), admitiu hoje que o futuro ministro de Minas e Energia, o senador Edison Lobão (PMDB-MA), terá restrições para nomear sua equipe. É que uma das recomendações do Planalto a Lobão será a manutenção dos nomes do PT que já ocupam cargos em Minas e Energia e em departamentos e estatais ligadas à pasta.

Usando uma expressão do meio político, Jucá afirmou que "não existe nenhum ministério de porteira fechada". Ou seja, Lobão não terá poder para nomear toda a equipe que trabalhará com ele em Minas e Energia. "Essa [porteira fechada] não é uma regra do governo", disse.

Segundo Jucá, as negociações em torno do preenchimento de cargos em estatais serão retomadas depois que Lobão for formalizado no Ministério de Minas e Energia --o que deve ocorrer na quarta-feira (16).

O líder, entretanto, voltou a frisar que Lobão só poderá fazer nomeações para os cargos que ainda estiverem vagos. Aqueles que já estiverem ocupados, não poderão ser mudados.

"A partir do preenchimento do ministério pelo ministro do PMDB, teremos o desdobramento da discussão dos outros cargos que estão vagos. Não há uma política de mudança de todos os cargos do Ministério de Minas e Energia, pelo contrário. E também não há verticalização de ministério, porque essa não é a política do governo em nenhum ministério", disse o líder.

Formalização

Segundo Jucá, o presidente Lula "gostou da indicação de Lobão" e deverá fazer o convite oficial no retorno de sua viagem a Cuba e a Guatemala.

"Edison lobão é um político respeitado no país", disse o líder. "É um grande político, um homem experiente e eu tenho certeza que o presidente Lula, nomeando o senador Lobão, terá um grande ministro."



http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u362458.shtml

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Lula adia reunião com Lupi para discutir permanência de ministro no governo

RENATA GIRALDI
da Folha Online, em Brasília

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva adiou para a próxima semana o encontro que teria nesta quarta-feira com o ministro Carlos Lupi (Trabalho). Lula recebeu uma recomendação da Comissão de Ética Pública para demitir Lupi por acumular o cargo de ministro e a presidência do PDT.

A Folha Online apurou que Lula sinalizou a interlocutores que vai esperar que o ministro negocie sua situação com seu partido para depois decidir o que fazer.

Além disso, Lula aguarda o parecer conclusivo da AGU (Advocacia Geral da União) sobre o caso de Lupi. No final do ano passado, em análise preliminar, a AGU disse que não havia ilegalidade na permanência de Lupi no ministério. A tendência é que a mesma conclusão se repita no parecer conclusivo.

Nesta quarta-feira, o presidente se reuniu com o advogado-geral da União, José Antônio Dias Toffoli, mas não recebeu dele o parecer final. A Folha Online apurou que a tendência é de o documento ficar pronto só em fevereiro.

Histórico

No dia 26 de dezembro, a Comissão de Ética Pública, ligada à Presidência da República, recomendou a demissão de Lupi por considerar que havia conflito no desempenho da função de ministro e a condição de presidente do PDT.

A Folha Online apurou que Lula ainda não recebeu a recomendação por escrito da comissão. O documento foi encaminhado ao presidente por meio do chefe-de-gabinete adjunto da presidência da República, Cezar Alvarez.

Anteontem, Lupi reiterou que permanecerá no governo apesar de se achar vítima de um "bombardeio" desencadeado pela orientação da comissão. Também avisou que mesmo que venha a ser demitido, vai se manter fiel ao governo.

Anteriormente, o ministro disse que não se sentia na obrigação de escolher entre o cargo de ministro e a presidência do PDT. Segundo sua assessoria, apenas o diretório do partido --que o elegeu presidente--, pode tirá-lo do comando da legenda. E a definição sobre a escolha e permanência de ministros caberia ao presidente, não a Lupi.

Fonte:Folha Online

http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u361647.shtml