domingo, 3 de janeiro de 2016

Governo vai enterrar impeachment ainda na Câmara, diz Jaques Wagner

Para ministro, Dilma "se impôs a consertar" medidas contracíclicas na economia


"Nós vamos enterrá-lo (o impeachment). Na Câmara. Não tenho dúvida de que a gente vai a 250, 255 votos", assegurou o ministro do núcleo duro do Palácio do Planalto.
Para barrar o impeachment, que deve começar a ser analisado a partir de fevereiro, quando o Congresso Nacional retorna do recesso parlamentar, a presidente Dilma precisa de, no mínimo, 171 votos favoráveis, que corresponde a um terço da composição de 513 deputados federais na Câmara.
Jaques Wagner: "Erro é muito mais da oposição, que fez uma agenda do 'impeachment tapetão'"
Jaques Wagner: "Erro é muito mais da oposição, que fez uma agenda do 'impeachment tapetão'"
Wagner admitiu que as medidas contracíclicas na economia, feitas pelo ex-ministro da Fazenda Guido Mantega e pela presidente Dilma no primeiro mandato, "produziram um problema fiscal (que Dilma) se impôs a consertar", mas creditou o nível da crise política do país ao papel que a oposição veio desempenhando desde o fim das eleições de 2014.
"O erro para mim é muito mais da oposição, que fez uma agenda do 'impeachment tapetão' (...) A impopularidade de Dilma hoje é consequência de que a gente teve que consertar medidas tomadas em 2013 e 2014, que tiveram seu lado positivo e, como tudo na vida, também consequências ruins. Mas nunca teve dolo. A banalização do processo como recurso eleitoral é o 'impeachment tapetão', que não é com motivo, é para recorrer do jogo que perdi em campo. Mas isso também será cobrado da oposição, porque impopularidade não é crime", afirmou o ministro.
Questionado pela reportagem da "Folha" se o ajuste fiscal empreendido pelo ministro Joaquim Levy, que deixou o governo em dezembro, foi exagerado, o chefe da Casa Civil disse que "as pessoas só olham para as consequências negativas das medidas". Para Wagner, o momento, agora, com Nelson Barbosa na Fazenda, é de apontar para o crescimento.
"Modular com medidas que apontem para o crescimento. A meta é menos importante que a credibilidade. Não é retomada, é preparação para a retomada. Não acho que vamos retomar o crescimento em 2016, mas temos que ter um ambiente mais salutar", observou o ministro.

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