sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Centrais sindicais prestam solidariedade a Carlos Lupi

30/11/2007 - 20h48

da Folha Online

Centrais sindicais divulgaram nota sexta-feira em solidariedade ao ministro Carlos Lupi (Trabalho e Emprego), que deve deixar a presidência do PDT por recomendação da Comissão de Ética Pública da Presidência da República.

"O elevado comportamento moral, ético e político do ministro Lupi à frente da pasta do Trabalho e Emprego é uma incontestável demonstração de que não há nenhuma incompatibilidade no exercício simultâneo dos cargos partidário e na administração pública que ocupa", diz trecho da nota assinada pela Força Sindical, UGT (União Geral dos Trabalhadores) e CGTB (Central Geral dos Trabalhadores do Brasil).

Para a comissão, o exercício simultânea do cargo público e da direção político-partidária compromete a "necessária clareza de posições de autoridades públicas".

Na nota, as centrais sindicais consideraram que a decisão da comissão está "eivada de interesses políticos inconfessáveis".

O Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes também divulgou nota em apoio a Lupi. Para o sindicato, o ministro está sofrendo perseguição política por parte da comissão.

"Desde que assumiu o ministério, Lupi tem tido um comportamento ético exemplar e incontestável. Suas ações são pautadas de forma transparente, sempre visando o bem-estar público", diz a nota do sindicato.

Prazo

No parecer aprovado na reunião de segunda-feira, a comissão dá prazo de 10 dias, a partir do recebimento do comunicado, para Lupi "tomar as providências cabíveis" e "dirimir o conflito de interesses".

Segundo a assessoria do ministro, Lupi só vai se pronunciar depois que for notificado oficialmente da decisão da comissão.

De acordo com o parecer, Lupi cometerá uma "falta grave" se não acatar a recomendação. Caso isso ocorra, a comissão poderá sugerir ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva a demissão do ministro.

http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u350264.shtml

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Em busca de votos para CPMF, Lula diz a Múcio que não existe problema sem solução

26/11/2007 - 20h42

RENATA GIRALDI
da Folha Online, em Brasília

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse hoje na posse do ministro José Múcio Monteiro (Relações Institucionais) que não existe problema sem solução. Múcio assumiu o lugar de Walfrido dos Mares Guia, que deixou o cargo depois de ser denunciado pela PGR (Procuradoria Geral da República) por suposto envolvimento com o valerioduto tucano --esquema que teria sido montado em 1998 durante a campanha à reeleição ao governo de Minas de Eduardo Azeredo (PSDB-MG), hoje senador.

"Não acredito que existe problema de difícil solução. Às vezes, o que falta é a conversa certa na hora certa. Isso, certamente ninguém saberá fazer melhor que você", disse Lula.

A declaração do presidente ocorre no mesmo dia em Lula decidiu assumir as articulações no Congresso para aprovar a prorrogação da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) até 2011. A decisão foi tomada na reunião de coordenação realizada nesta segunda-feira, no Palácio do Planalto.

Lula disse que Múcio deverá ter sucesso na negociação da CPMF no Senado, onde a matéria está tramitando. "Penso que os senadores sabem que Múcio é um dos deputados mais experimentados da Câmara. Como sabem que poucas vezes alguém consegue ser tão elegante na disputa política como é José Múcio."

A Folha Online apurou que a decisão de partir para esse corpo-a-corpo foi tomada depois depois de do presidente ouvir reclamações de aliados sobre as dificuldades para o diálogo direto com o petista. O principal foco de irritação está no PMDB --partido com a maior bancada do Senado e considerado como fundamental para aprovar a prorrogação da CPMF.

O líder do partido no Senado, Valdir Raupp (RO), admitiu que o presidente terá que fazer um corpo-a-corpo para garantir a aprovação da CPMF. "É importante o presidente da República conversar com alguns senadores. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) fazia muito isso", afirmou.

Para o novo ministro da articulação política, Lula disse que Múcio terá de ouvir muita reclamação de parlamentares de diversos partidos. "É próprio da relação que existam contradições, que existam divergências. E por isso somos políticos."

Elogios na despedida

Lula não poupou elogios a Walfrido nem a Múcio. Sobre Walfrido, Lula ressaltou a disposição do ex-ministro de dialogar com parlamentares, governadores, prefeitos, vereadores. "Poucos de nós consegue ter a competência que o Walfrido conseguiu."

Lula atribuiu a saída do Walfrido à mágoa do ex-ministro com a denúncia oferecida pela PGR. "A saída se deve ao fato dele se sentir magoado. A mágoa dele é que não foi ouvido em nenhum momento. Walfrido decidiu sair pra se defender fora do governo. Eu espero que ele consiga o intento de ser julgado logo e prove sua inocência."

Para Múcio, Lula disse que a família dele deverá ter paciência, pois o novo ministro terá de dedicar muito tempo na articulação política. "Essa é uma função difícil. Não é fácil. Qualquer outro ministro pode dizer que está com agenda lotada. Você não pode. Você vai perceber que como deputado poderia fugir para Pernambuco na quinta-feira. Aqui [como ministro], não terá domingo nem sábado."

O presidente fez vários elogios a Múcio. "Você tomou posso hoje, mas parece ministro antigo."

O presidente também brincou com o novo ministro, que disse que sua primeira eleitora foi sua mãe. "Sua mãe foi sua primeira eleitora porque eu não estava em Pernambuco. Se não, ela seria a segunda. Somos do mesmo Estado e torcemos pelo mesmo time."

Lula disse a Múcio que o novo ministro pode contar com ele nos momentos difíceis. "Me tenha como parceiro nos momentos difíceis. nos bons, procurem [Arlindo] Chinaglia, a ministra Dilma [Rousseff]."

Fonte: Uol Folha

Walfrido dos Mares Guia deixa o cargo de ministro de Relações Institucionais do governo Lula

* Walfrido dos Mares Guia pediu demissão ontem do cargo de ministro de Relações Institucionais do governo Lula, depois de ser denunciado ao STF por envolvimento com o chamado "Valerioduto mineiro".

(GAZETA MERCANTIL - SINOPSE RADIOBRÁS - 25-11-2007)